Conflitos na Maternidade / Paternidade
Por Luzia Winandy
Estes artigos tem o objetivo de apresentar o caminho que se percorre nesta árdua tarefa de “ser pais”.
Dizemos árdua no sentido de que é encarar um mundo completamente novo, onde o lugar que ocupamos até então era somente “ser filho”. Tudo parece mais simples quando somos filhos e quem se preocupou com nosso desenvolvimento, educação e bem estar foram nossos pais.
PENSANDO EM SER PAIS
Naturalmente não se consegue viver em lua de mel eternamente! Quando falamos em lua de mel falamos em dois, uma dupla que se apaixonou e viveu loucamente uma relação e, com o passar dos tempos percebem que só dois não estão dando conta de uma união tão intensa.
Como tudo na vida, passamos por fases. A natureza humana aponta que a inclusão de um terceiro vem como para sedimentar esta completude da relação. Já está na hora de se soltar um pouco um do outro e permitir que um pequenino venha fazer parte deste rol de amor.
Assim falando parece um conto de fadas e que tudo está marcado para ter um final feliz. Não é bem assim! Porque aí começam os conflitos inerentes de uma relação a três.
Completude de um amor não significa não entrar em conflitos. Pelo contrário, é através dos conflitos que o casal vai se unir mais e buscar juntos solucionar uma questão tão polêmica: como irei educar meu filho? Vem a mãe e diz que é de um jeito; e o pai diz que tem de ser de outro. Como vamos fazer? E está aí o início de uma discussão que vai durar para sempre, se não usarmos o bom senso e a intuição. Porque nós nunca saberemos ao certo qual o caminho ideal para se correr. Nós nunca fomos pais antes e apesar das inúmeras informações que obtemos nas redes sociais, e dos vários manuais hoje existentes, teremos de descobrir a melhor forma de lidar com a situação.
Dizemos que o melhor manual somos nós próprios, com as nossas experiências anteriores com os nossos pais e com a história de vida que cada um trouxe para a sua vida e para vivê-la agora a três, quatro… Nós nascemos a partir de uma história e, se chegamos onde estamos e pudemos constituir uma família, quer dizer que nossos pais acertaram em grande parte aquilo que eles nos passaram, senão nós não estaríamos em condições de repetir esse processo.
Sendo assim, tragam um pouco para o momento presente, lembranças das vivências das relações com seus pais, e façam uma triagem daquilo que acharam que foi e não foi bom. Parece simples não e? É provável que na sua adolescência, muita crítica você fazia aos seus pais. Os pais eram tidos pela maioria das vezes como monstros por seus filhos adolescentes. Só mais tarde você percebe que os pais fizeram o que puderam, dado o que receberam como educação; começam a perceber que os pais não foram tão monstros quanto achavam e que eles são até legais, e agora se tornaram amigos e confiantes neles. Mas isso só vamos perceber quando adultos, na maioria das vezes. Percebemos que os pais fizeram o que puderam e, finalmente não temos mais nada ou quase nada contra nossa educação. Ou que em determinados aspectos faríamos diferente com nossos filhos.
Nossos pais também não sabiam ser pais, aprenderam com os filhos, aprenderam sendo pais. Agora vamos trazer a tona tudo isso que somos e aprendemos de nossos pais, fazendo alguns ajustes que combinam com seu jeito de ser e com suas expectativas. E assim vai se formando uma descoberta desse mundo novo “ser pai”. Lembrando sempre que educação se faz principalmente por intuição.
No entanto se você percebe que suas experiências de vida estão dificultando sua intuição materna e paterna e estão entrando em conflito na sua posição de mãe e pai, na educação de seu filho, procurem ajuda profissional. Para isso existem profissionais da área muitíssimos habilitados não para ensiná-lo a serem pais, mas para ajudá-los a entenderem esse seu mundo emocional e permitir dar vazão a todo seu potencial de pai e mãe que se apoderam de vocês.
Luzia Winandy