OBESIDADE
- Por: Luzia Winandy
- 11 de jan. de 2010
- 3 min de leitura
Por Luzia Winandy
Sabemos que a obesidade é um risco e que gera problemas na vida adulta; o numero de crianças gordas tem sido cada vez mais crescente; a chance de uma criança gorda se tornar um adulto obeso é enorme.
Sabemos ainda que os resultados são muito desestimulantes em relação ao tratamento da obesidade. Em vista disso há uma grande preocupação direcionada em prevenir a obesidade ainda na infância e adolescência. Uma criança que está com padrão de peso acima, o quanto antes a gente intervir menor a chance de acontecer a obesidade.
Existem inúmeros fatores psicológicos que estão intrínsecos ao desenvolvimento normal de uma criança. Sabemos que o Alimento e Afetos estão muito associados e aqui vamos privilegiar este aspecto, onde os ataques de comer podem representar as dificuldades numa comunicação familiar em relação principalmente à expressão de sentimentos e afetos.
O que se percebe hoje, com a evolução tecnológica, é que os indivíduos estão se isolando cada vez mais em seu próprio mundo. As relações familiares estão se tornando cada vez mais restritas; a comunicação entre os membros de uma família está muito reservada. Podemos dizer que o sistema familiar vem “adoecendo”. Está “obstruindo” a parte da personalidade de cada membro familiar que dá a ele o sentimento de “pertencer” a uma família e que o faça sentir que tem uma família. E isto vem gerando pessoas individualistas, fechadas em seu mundo interno, dificultando principalmente a expressão de sentimentos e afetos.
Um trabalho preventivo eficaz seria essas famílias interromperem esses padrões de comunicação “individualistas” permitindo e estimulando a expressão de experiências emocionais.
Para tanto, é importante que os pais fiquem a ATENTOS AOS COMPORTAMENTOS DE SEU FILHO. Procurando escutar, reconhecer e aceitar o sentimento da criança. Aceitá-la como ela é. Mostrar-se interessado pelo sentimento do filho; quando identificados e aceitos os sentimentos, as crianças tem mais contato com o que elas sentem. Dar ouvidos para o que a criança o adolescente dizem sentir, mesmo os sentimentos mais desagradáveis: Como o sentimento de raiva, por exemplo. A raiva é um sentimento normal. Todos ficamos raiva. Habitualmente não se aceita que a criança expresse sua raiva. Muitas vezes ensinamos que não devemos ter raiva, dizemos que é feio, que é pecado. Mas a raiva faz parte de nosso desenvolvimento e o que não podemos fazer é agir de acordo com o nosso sentimento de raiva. Ou seja, não podemos bater em quem nos deu raiva, mas podemos falar sobre a raiva que sentimos; podemos expressar que ficamos com raiva. É muito importante ajudar a criança identificar esses sentimentos que ela percebe como tão desagradáveis. Para isto, é necessário permitir que a criança esteja consciente da raiva, que conheça a raiva. Esse é o primeiro passo para ajudar as crianças se sentirem fortes em vez de fugirem e evitarem seus sentimentos raivosos.
O segundo passo é ajudar essa criança, conversando com ela, sobre como lidar quando sentimos raiva. Ajudá-la a medir a situação, avaliar e fazer uma escolha de como expressar a raiva. A criança precisa experimentar exprimir a sua raiva e seus ressentimentos. Quanto mais direta a criança conseguir ser com seus sentimentos de raiva mais ela se fortalecerá.
O mesmo para sentimentos de inveja e ciúmes que são sentimentos muito desagradáveis. Ninguém gosta de senti-los, mas eles sempre aparecem. Seja em relação ao irmãozinho que acabou de nascer, seja em relação a amiga que é muito mais popular. O importante é dar oportunidade para a criança poder expressar o que está sentindo, sem recriminá-la por isto, nem criticá-la, mas entendendo o sentimento dela.
De igual relevância é Permitir que a criança possa errar em suas experiências e ensiná-las que podem aprender com elas. Para isto é muito importante envolvê-las na resolução de problemas e tomada de decisões relativas à sua própria vida. Respeitando as suas necessidades, suas vontades e sugestões. Deixá-la experimentar por si mesma as coisas, é dar autonomia para o filho. Uma coisa errada pode ajudar a criança a descobrir algo que não sabia antes e isto faz uma grande diferença .
Tudo isto vai refletir na auto estima e auto confiança da criança/adolescente. Auto estima refere-se à forma como percebemos e valorizamos a nós mesmos. Ninguém nasce com sentimentos ruins em relação a si mesmo. Esses sentimentos são desenvolvidos ao longo de sua história de vida. A forma como percebemos e valorizamos a nós mesmos determina em grande medida a forma como nos comportamos, como lidamos com a nossa vida e como nos conduzimos. As crianças manifestam sua baixa auto estima de muitas maneiras diferentes, uma delas é no comer demais.
Luzia Winandy
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